num mapa rabiscado por mãos
que não eram nossas.
Nascemos com a bússola girando feito louca,
e um coração grande demais
pra caber nesse mundo que exige medidas exatas.
Vivemos tropeçando no peito.
Ele pesa. Ele pulsa fora do compasso.
Nosso passo é hesitante,
feito dança ensaiada sem música.
Queremos acertar,
mas pisamos torto
e às vezes esmagamos flores
achando que eram pedras.
Algumas são fósseis.
Outras, presentes de família.
Carregamos tudo como herança
não reclamada, e sofremos séculos em silêncio
aquele tipo de dor que se disfarça de “tá tudo bem”.
Somos confusos.
Exageradamente humanos.
Com excesso de sentir
e pouco talento pra traduzir.
Amamos errado,
choramos calados,
e sorrimos com a alma em curativo,
só pra ninguém notar que a esperança
anda costurada com linha fina e um fiapo de fé.
do caos, da desculpa engasgada.
Há um coração aqui. Inteiro no seu erro.
Fiel na sua falha. Ainda batendo por todos,
mesmo quando o mundo diz não.
Mesmo quando nós dizemos sim
e o resto se parte.
Sim, ainda batemos.
Mesmo feridos, ainda amamos.
Mesmo errando, ainda somos bons.