Despida-se para mim, amor —
não do corpo,
mas da alma que se esconde em véus.
Quero ver tua essência primeira,
sem pressa, sem alvoroço,
com a delicadeza que merecem os céus.
Sem filtros, sem máscaras sutis,
a felicidade não se finge em pose.
Encontrar-me em teus sentidos
é ter razões íntimas para sorrir…
sem que nada precise ser dito.
Quero tocar a silhueta da tua luz
com olhos vastos como o mar sereno,
e me excitar — não com o fugaz,
mas com a pureza do teu ser pleno.
E então sussurrar: amor… bem-vindo.
Não busco o orgasmo que some,
mas o entrelaçar que permanece,
o instante onde deixamos de ser metades
para sermos verdade inteira
no abrigo de um amor que reconhece.