Quem sou eu

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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

30 de janeiro de 2014

O altar












Quando as montanhas decidem,
com capricho milenar,
fazer das minhas costas
seu divã particular,
dobro os joelhos partidos —
e no altar do silêncio, oro devagar.

Aqui não há cruzada,
nem salmos em competição,
só mantra que dança com novena,
e oferenda em oração.

Buda acende um incenso,
Krishna sorri com flor na mão,
Jesus oferece o vinho,
Oxalá sopra o clarão.
Cada um com seu idioma,
mas todos dizendo: “irmão.”

Flutuo pela mandala do tempo,
como quem sonha acordado,
minha alma — pomba reluzente —
paira num céu multirreligioso e alado.

A estrela mais antiga
não tinha dono nem doutrina,
era templo e era caminho,
era fé sem disciplina.

Mestres antigos me cercam,
sem hierarquia ou cajado,
revelam segredos com o olhar —
e o verbo fica encantado.

Ao voltar da centelha da fé,
sou mais do que peregrino,
sou altar vivo, oferenda e caminho,
sou quem acende o sol divino
no nevoeiro do destino.

— Dan André


28 de janeiro de 2014

Da Ternura Infinita

Amor que me conduz feito um farol,
És brisa leve em tardes de esperança,
Refletes teu calor sob o meu sol,
E em mim, sem perceber, tua luz dança.

Nos olhos meus, teus gestos são poesia,
Teus passos, melodia a me embalar.
No peito, a tua ausência é ventania,
E a tua voz me faz ressuscitar.

És céu que abriga o voo dos meus dias,
Teu nome é reza em meu silêncio manso.
És meu repouso em noites tão vazias,
Meu abrigo, meu verso e meu descanso.

Se um dia eu me perder da direção,
É no teu amor que mora o coração.

Dan André

21 de janeiro de 2014

Amiga

Querida amiga,
Seja igual,
Aquela menina,
Que corre no verde,
Sorrir para a vida,
Com jeito moleca,
Encantando a natureza,
E não se esqueça,
Meu ombro é seu.

Permita que o sol,
Nessa manhã dourada,
Encha-te de júbilos,
E sua risada,
Seja perpetuada,
Entre as arvores,
E os ventos
Que levarão
A sua tristeza.

Sinta a terra,
Sarar seus pés,
Ouça o riacho,
Coma uma fruta,
Daquele cacho,
Deite-se num ramalhete,
De lindas camomilas,
E fique tranqüila,
Observando o sol,
Beijar a testa,
Da lua.

Dan André