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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

23 de março de 2012

Triângulo Concupiscente


Triângulo de desejos secretos,
energia crua, em ebulição.
Ménage à trois, dança dos corpos —
prazer em tripla combustão.

Focinhando as entranhas alheias,
carícias onde não há pudor.
No estalo agudo do orgasmo,
todos brilham — puro calor.

Forma ambígua de se amar,
num ritual sem véus ou lei.
Mas o dedo da moral aponta,
sancrossanto, grita: “Errei!”

E se a rotina adormece o fogo,
bate à porta, com furor e prosa,
uma terceira alma, desejosa —
a tentação de forma curiosa.

O que é sagrado, o que é vil?
Quem traça a linha do prazer?
Na cama, três corpos rindo...
e um céu indeciso a responder.

Daniel André (versão luxúria com latim e literatura)

16 de março de 2012

Talismã da fé


Um ramo de guiné na mão,
uma reza contra o azar,
banho de sal no corpo inteiro,
pra sorte vir me encontrar.

Rosários entre os dedos,
mantras sob a luz de Buda,
guias firmes dos Orixás,
ecoam preces de ajuda.

Ferradura na soleira,
pétalas pra doce Yansã,
trevo de quatro folhas no bolso...
e você — meu talismã.

Na rua, a figa discreta,
em casa, incensos no ar,
energias boas soprando
com o vento do despertar.

Sou fé de muitas crenças,
misturo tudo sem pudor.
Se há amor no que se acredita,
então há força, proteção, calor.


Daniel André

Coração nas Nuvens Vermelhas


Se avistar nuvens vermelhas no céu,
não tema — é só o meu coração,
que fugiu, ferido e calado,
dos amores que o trataram como chão.

Ele vaga, amuado, mundo afora,
rejeitado por promessas vãs.
Carente de um gesto sincero,
de abrigo em mãos humanas.

Se o encontrar, não o assuste.
Ofereça um abraço, um lugar pra ficar.
Fale com doçura nos olhos,
e ouça — sem precisar julgar.

Ele procura um caminho florido,
uma rua com rosas vermelhas no chão,
onde possa andar sem medo,
sem se perder na contramão.

Não nasceu para ficar sozinho,
precisa de outro peito que o entenda,
de um amor que o reconstrua
com sonhos e afeto — sem venda.

Se o destino cruzar seus passos,
cuide desse coração errante...
Pois por trás da dor que o move,
há um amor ainda pulsante.

Daniel André (agora com lágrimas invisíveis e poesia de resgate)