Cansa-me a desordem urbanística —
engarrafamentos colados a conversas ocadas,
pessoas em marcha lenta,
confusamente robotizadas.
O estresse nosso
de cada bendito dia.
Mas em meu santuário,
desvisto as vestes do mundo.
Sou apenas eu —
sem moldes, sem etiquetas,
deliciosamente deselegante.
Meu lar, doce lar:
paraíso sem glamour,
mas inteiro.
É onde me escuto,
me perco,
me encontro entre palavras soltas.
Ali, ninguém me atrapalha.
Sou caos e criação,
sou inspiração e redenção.
Sou pele exposta,
minha nudez —
sou eu.