Quem sou eu

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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

20 de maio de 2013

Minha Nudez, Eu

Cansa-me a desordem urbanística —
engarrafamentos colados a conversas ocadas,
pessoas em marcha lenta,
confusamente robotizadas.

O estresse nosso
de cada bendito dia.

Mas em meu santuário,
desvisto as vestes do mundo.
Sou apenas eu —
sem moldes, sem etiquetas,
deliciosamente deselegante.

Meu lar, doce lar:
paraíso sem glamour,
mas inteiro.
É onde me escuto,
me perco,
me encontro entre palavras soltas.

Ali, ninguém me atrapalha.
Sou caos e criação,
sou inspiração e redenção.
Sou pele exposta,
minha nudez —
sou eu.


Daniel André

Substantivo de Dois

Teu sorriso enternece meus dias,
abre avenidas floridas no meu céu.
Com palavras suaves como brisa,
deslizas em mim feito mel.

Tua voz me toca em silêncio,
teu olhar me sabe sem pressa.
E juntos, viramos poesia —
substantivo de alma e promessa.

Teu coração pulsa em canto,
e o meu, sem pudor, acompanha o compasso.
Nosso amor é essa dança serena,
um laço sem nó, um eterno abraço.

Na leveza da troca sincera,
nos entendemos, passo a passo.
Com carinho, respeito e ternura,
vivemos o amor... no mais doce espaço.


Daniel André

19 de maio de 2013

A Montanha em Mim


Levantei.
Reduzi-me a orvalho de primavera,
sutil e passageiro —
e parti, entre cordilheiras distantes,
em busca do silêncio
que gritava dentro de mim.

Com intrepidez,
subi o pessimismo em pedra.
Tremi nos precipícios da dúvida,
mas o ânimo…
esse nunca me traiu.

O foco: o cume gelado,
a parte mais alta do mundo e de mim.
Ali, onde o ar rarefeito
filtra até o pensamento.

Cada passo, uma batalha vencida.
Cada altitude, uma lição.
Afastei-me do ruído,
da pressa,
das vozes do chão.

Ali — no frio absoluto,
com a alma lavada pelo vento —
nasceu, nas minhas costas arqueadas,
um novo homem.

Mais leve. Mais inteiro. Mais eu..

Daniel André.


*Direitos autorais da fotografia, são do meu amigo, companheiro e fotógrafo Nil Barros. Fica na cidade de Nova Friburgo, região serrana do estado do Rio de Janeiro.

2 de maio de 2013

Teu Silêncio Me Salva

Meu amor, neste mundo insano,
onde o aplauso é do grotesco,
é na firmeza do teu semblante
que encontro abrigo honesto.

Quando flutuo na névoa do dia,
nuvens densas, emoção sem chão,
é teu jeito — sério, sem fantasia —
que me ancora ao teu coração.

Tua paciência não grita, ensina,
é no silêncio que tens expressão.
Teus olhos, faróis de ternura contida,
guio-me por eles, com devoção.


Daniel André.

1 de maio de 2013

Ninho no Céu da Primavera


A inocência do amor,
feito brisa que acaricia,
nos deu asas de promessa
e um céu azul de poesia.

Voamos sobre montanhas,
por entre telhados e dias,
sem medo, sem rumo,
só a alma em alegrias.

Amar teu corpo —
com a liberdade do vento —
planto em teu peito sereno
meu carinho mais lento.

Vivamos, então, esse sonho:
como aves em sintonia,
na ternura do afeto
ergueremos nossa moradia.


Daniel André

Confusão

 

Você foi um meteoro —
rasgando o céu da minha rotina.
Caiu sem aviso, sem freio,
deixou cratera…
e minha alma em ruína.

Teu jeito de riso leve,
infantil, mas com pontaria,
me acertou em pleno voo
e me enterrou na própria poesia.

Radiante quando chega,
um eclipse quando some.
Na tua ausência, só calvário —
uma tempestade com meu nome.

Razão e emoção em guerra,
sem trégua, sem direção.
O tempo, juiz indiferente,
dirá o sim… ou dirá o não.

Por ora, só resta o caos:
dentro de mim, naufrágio sem chão —
um coração transbordando
confusão.


Daniel André