Quem sou eu

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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso, jogando meu corpo no mundo ...

27 de agosto de 2013

Oração para o futuro amor


Anjos de Deus, que zelam pela paz
Proteja o meu amor onde estiver
Amenize a saudade que me afoga
E que o traga bem quando vier.

Que o laço da angustia no meu peito
Seja menos dolorosa após essa oração
Também clamo aos deuses do bem
Para acalmar o meu coração.

Que a luz do seu desconhecido sorriso
Arranque-me suspiros ao dormir
De joelhos estarei orando
E lapidando o amor em mim.

Que os anjos trilhem seus passos
Na leveza sem o mal aparecer
Te espero desde a queda da noite
Até a alegria do amanhecer.

E ainda que esteja distante
Canto feliz como um passarinho
E quando um dia aparecer
Rezarei para um lindo caminho.

Daniel André.

24 de agosto de 2013

Ao som de Roberto Carlos

  
Cresci admirando as canções do rei
E delas fui me tornando um romântico
Um onírico solitário que ouve
A poesia exaltada em cânticos!

Nos almoços de final de semana
A vitrola registrava os “Momentos tão bonitos”
Eu viajava “Além do horizonte”,
E meu pai num “Amor antigo”.

No quintal eu era “o astronauta”
Mamãe se preparava para um dia de rotina”
No “portão” da noite papai chegava
Quando não parava num “papo de esquina”

Eram “detalhes” graciosos e pequenos
Que recordar “outra vez” dói no coração
Nessa poesia eu “desabafo” 
A minha necessidade de atenção.

Por causa dos “meus amores da televisão”,
queria uma paixão “cama e mesa” para me completar
Uma “proposta” de “doce loucura que me convidasse
A ver como as ondas voltam para o mar”.

Enquanto o meu coração não aparece
Fico viajando na “paz do seu sorriso”
Na “montanha” eu redijo poemas utópicos
Para um amor entrar sem aviso.

Já brinquei de A guerra dos meninos”
Nadei com as “baleias” e fui um “negro gato”
Hoje eu desejo é um “amor sem limite”
Que ouça comigo o rei Roberto Carlos.

Daniel André. 

12 de agosto de 2013

Desejo saciado

                          Pintura de Vladimir Kush e seu surrealismo metafórico

Minha garganta fica seca
Uma febre nasce no corpo
Um desejo brota na pele
Sem você eu fico louco.

Da sua ausência, a sede
Venha matá-la em mim
Com beijos e sussurros eróticos
Estou no limite, no estopim.

Venha saciar minha paixão
Sentir teu gosto, te beber
Arrepios da carne gritam
Hímen da timidez a romper

Nossos corpos são labaredas
Que se acalmam no chuveiro
Te seco a língua trêmula  
E um sedutor tiro certeiro.

É sensível cada detalhe
Volúpias com muito tato
Beijos carentes descansam
Em nós, desejo saciado.

Daniel André

8 de agosto de 2013

Dois velhinhos


No inverno da vida ainda namoram
Acordam cedo para ver o dia nascer
Dois velhinhos na cadeira de balanço
Com alegria festejam o resplandecer.

Fazem gestos saudosos para o tempo
Pássaros cortam o nascer do dia
O peso dos anos trouxe mais amizade,
Com muito amor, cumplicidade e alegria.

Fazem carinhos em seus cabelos brancos
Sentem orgulho, em juntos envelhecer
As mãos e todo corpo enrugados
Mas o amor sincero, faz rejuvenescer.

Cuidam-se como recém-nascidos
Namoram como adolescentes apaixonados
Viajam como aventureiros no mundo
E na cama, dormem abraçados.

Ficam emocionados com uma antiga canção
As lágrimas são provas dessa longevidade
O amor é que esquenta esses corações
E os rostos estampados de felicidade

Enquanto, isso o tempo corre
E os dois velhinhos continuam juntos
De bengala na neblina do tempo
Desaparecem, seguindo seus rumos.

Daniel André.