No primeiro alvor da madrugada,
surgia o sol — cabelos de ouro ao vento —
envolvendo a árvore enlaçada,
num silêncio de antigo encantamento.
Em seu tronco firme e vigoroso,
rabiscos guardam juras e paixões,
promessas de um amor tão fervoroso
quanto os olhos das quatro estações.
Ali, o céu beijava a terra em festa,
casal eterno em doce comunhão.
Folhas dançam sobre a relva honesta
como lembranças soltas pelo chão.
Raios dourados tingem a paisagem,
e a flora canta em leve comoção.
No horizonte, um quasar — miragem —
acende a luz de uma recordação.