Rostos acordados, outros dormindo
É a rotina dos filósofos de ônibus,
Trabalhadores em seus universos
Pensando sobre as quatro rodas
Na temporariedade que é viver.
Na bolsa, a marmita, o alimento do corpo,
Na mente, os sonhos, alimento da alma
Cada um em sua particularidade
Admirando as mesmas paisagens
E ouvindo o ronco dos motores.
Da janela, há infindáveis questionamentos
Semblantes notadamente apaixonados,
Alguns ansiosos, com medo, e que se unem
Em busca de uma inteligência maior
Para resolver a intimidade de seus problemas.
Um dia termina, e outro começa
Dentro do ônibus a chance de pensar
E perceber que a verdadeira mudança
Não está em sair de um lugar para o outro
A mudança está dentro de nós.
Daniel André.