Quem sou eu

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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso, jogando meu corpo no mundo ...

29 de março de 2019

Prêt-à-porter


Bem-vindos ao baile
Das nuas verdades a esconder
Ajuste a pence ao corpo
E atue o seu pret a porter.

Para cada evento da vida
O croqui de uma vestimenta social
A personalidade vira roupa
E a falta de identidade, normal.

O bom caráter é medido
À metro pela fina etiqueta
Não estamparei uma moda
Que minha verdade rejeita.

Tesouras impõe os cortes
O molde, de uma perfeita figura
Agulhas costuram as regras
Para pertencer a alta costura.

Com o zíper, fecho grifes
Apago as luzes, vou embora
O meu tecido é autêntico
No dedal da humilde senhora.


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No teatro de aparências e representações da vida contemporânea todos buscam visibilidade e reconhecimento, querem ser identificados ou diferenciados dentro dos diversos grupos sociais coexistentes. Nesse sentido, usamos cada vez mais objetos e roupas de marcas para ajudar a nos descrever. 

Muitas vezes são estas coisas: etiquetas e roupas, que nos atribuem senso de identidade social e nos auxiliam a construir, projetar e ativar nossa auto-imagem ou marca pessoal. Qual a roupa teatral que você veste, nesse baile que é a sociedade? Já pensou nisso ?

 Abraços fraternos e dias felizes para cada um de vocês.

Daniel André.        

26 de março de 2019

Outra vez



Desnudo as vestes do medo
e deixo o casto amor
amanhecer em meu sorriso
outra vez.

O fulgor do meu corpo
traz a serenidade das estações
florescendo o júbilo
das lindas flores no meu jardim.

Doces luzes me cercam
e fertilizam meus sonhos
nas elevadas nuvens escondidas
nos seios de Afrodite.

Tenho esperança no peito
poesias na ponta da língua,
o toque desesperado da paixão
e a proposta, de uma nova vida. 

Daniel André