O absurdo habita os sonhos tortuosos,
onde amor e pecado se abraçam,
em becos ocultos da alma,
numa fecundação etérea —
rabiscada em telas de desvario.
Porque até a poesia,
se revela em sombras e cio.
Sob o céu de estrelas silentes,
o amor caminha leve, infinito.
E o pecado — vil, sedutor —
corre atrás da liberdade em conflito,
nas curvas noturnas do desejo,
onde os segredos ganham corpo
e se tornam rito.
Mas o amor, tão claro, tão inteiro,
vem como antídoto ao veneno antigo.
Acalma a alma,
sara o coração ferido,
e como quem conhece o caminho
sem precisar de mapa ou abrigo,
nos leva — passo a passo —
a um destino cristalino.
Onde a saída,
não é o fim…
mas o recomeço mais bonito.
Daniel André