Dois bravos, sem colmeia,
sem ferrão, sem direção,
expulsos do ninho,
unem asas e vivem
presas no voo da paixão.
Diante da flor mais bela,
criam seu próprio jardim.
Extasiados — jamais zangados —
porque o amor,
quando é puro,
nunca foi ruim.
Nas brisas das montanhas,
no perfume que dança nas flores,
fazem seu voo nupcial:
dois zangões livres,
polinizando amores.