A teus passos de bom moço encantado,
com grandes sonhos e as mãos no bolso,
caminhas lento, calmo, iluminado,
ao som sutil de uma flauta em solto esboço.
O tato da música afaga o peito,
e acende a chama do que deve ser.
A alma desperta, num gesto perfeito:
o amor que procuras já vive em teu ser.
Junta-te às miríades que brilham no escuro,
dança no cosmos, repousa no pó —
há beleza também no estar só.
Se o mundo, às vezes, parece enevoado,
não deixes de ser esse bom caminheiro:
pois o príncipe que buscas...
já é teu verdadeiro.
Daniel André