Na escola vazia, um eco sem cor,
sem risos, nem passos, nem sons no ar.
As salas repousam, sem ensinar,
ausente o bulício, presente o torpor.
O quadro, sem giz, perdeu seu fervor,
carteiras caladas, sem traço a traçar.
Na cantina, o cheiro parou de dançar,
e os livros repousam sem leitor ou leitor.
A alma do prédio, cansada, adormece,
espera o retorno de toda energia
que só o aluno, ao chegar, oferece.
Sem a alegria de cada poesia,
de descobertas que a mente enriquece,
as férias parecem calar a magia.
Daniel André