Se o amor de um repousa no poente,
no outro nasce uma febre ardente.
O que dormia em silêncio contido,
desperta em fogo, pulsante, doído.
Se um dia escorrer no teu peito,
te deixará frágil, sem leito perfeito.
Exigirá tudo — até o que não dás,
pois o outro, sempre… em suspeita jaz.
No ciúme, confia-se desconfiando,
declara-se amor, já se desculpando.
Perdoa-se mais por medo que razão,
e sofre-se a longo prazo, em presta atenção.
Mas há uma forma branda, serena,
onde o ciúme é só brisa pequena —
um toque sutil, que não envenena,
mas tempera o amor, sem fazer cena.
É faísca que aquece sem queimar,
um brilho discreto no olhar.
Quando medido, não é prisão,
é só o zelo... da paixão.