E a insônia, tão inoportuna,
sequestra meu descanso sereno.
O dilúvio do meu lago cristalino
é contido nas asas de um anjo pequeno.
Saudade — do que nunca foi meu.
As samambaias, em riso e dança,
bailam com o assobio do vento.
E a voz de Jim Croce na distância
angustia esse amor sem argumento.
Abraço-te com os olhos fechados,
tua foto — o retrato da poesia.
Teu perfume passeia em meu corpo,
acende em mim a chama do dia.
E é no bocejo do sol que desperto,
para o que nunca chega, mas vem.
Depois de testemunhar a madrugada,
te encontro — nos sonhos e no meu além.