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29 de janeiro de 2021

Mundo desumano


À deriva nessa terra de malandros
onde sentimentos são ignorados pela imediata liquidez
do prazer instantâneo, busco-me!
A criança não adulteceu, e hoje os homens choram
por amores superficiais.
 
Não existe mais uma intima conexão
de um beijo que une almas,
e deixa o gosto de continuidade,
ou de um abraço que consola
e alivia o âmago da carência,
e o sexo, que funde desejos, agora
é uma necessidade fisiológica.
 
Escondo-me, sendo a azeitona
que se afoga no Dry Martini, e numa canção
que propaga a atenção das pessoas. Sombras
vestem-me de embriaguez e sirvo na bandeja
a minha insatisfação, com esse mundo
desumano.
 
Daniel André.