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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

29 de janeiro de 2021

À Deriva na Terra dos Rápidos


À deriva, nesta terra de malandros,
onde sentimentos viram pó na liquidez
do prazer instantâneo — busco-me.
A criança em mim nunca adulteceu,
e hoje, homens choram
por amores que não afundam… nem flutuam.

Já não há beijos que unam almas,
nem gosto de eternidade na boca.
Os abraços — raros —
não curam mais o âmago da carência.
E o sexo, antes sagrado,
agora serve ao relógio biológico.

Escondo-me.
Sou a azeitona submersa no Dry Martini,
sufocada numa canção qualquer
que ecoa por bares cheios de gente vazia.
Sombras me vestem em trajes de embriaguez,
e eu, na bandeja dos dias,
sirvo a minha insatisfação
com este mundo que esqueceu como sentir.

 
Daniel André.