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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

23 de abril de 2015

Chapéu de veludo cinza


Extravagante?
Ou apenas elegante —
de calça jeans surrada
da vida, dos outros, de mim?

Com uma blusa caída no ombro,
carrego o peso de tantos “sim”.
E no ninho das minhas quimeras,
brilha um chapéu de veludo cinza.

Desço o morro,
paro num bar,
cumprimento os de sempre
e começamos a prosear.

Do chapéu, como mágica antiga,
saltam lembranças graciosas:
páginas sorridentes do colégio,
bilhetes dobrados, vozes amorosas.

No banco da praça,
assopro histórias no vento.
Cachorros abanam o tempo,
e meu sorriso os convida ao momento.

Caminho entre as cortinas do passado
com passos mansos, quase verso.
Abraço o mundo com palavras,
e com meu chapéu —
meu adorno mais sincero.



Daniel André.

4 de abril de 2015

O palhaço


Sem vontade para animar
Apenas aprender e ouvir,
O circo que me envolve
Empurra-me para distrair.

O silêncio já respeito,
Um desânimo enraizado,
A face carrancuda,
Sinto-me um palhaço desolado.

O dia nem sorriu,
A escuridão insiste se despedir,
Difícil da alegria voltar,
E se ela vir, logo irá partir.

Assopro a nuvem pessimista
Os dias de tempestade e malancolia
Meu sorriso brota no rosto
E o sol a raiar alegria.

Novamente em cena,
Flores amáveis irei distribuir,
O picadeiro eleva o palhaço
Gargalhadas irão sair.

Daniel André.