É noite. Deitado na grama,
sou leve como a pena da fênix,
que dança perdida no vento,
entre partículas tricotadas no céu.
Cada ponto de luz cintilante
parece um mito em repouso,
histórias escritas em silêncio,
num idioma antigo e luminoso.
Será que, entre essas estrelas,
existe um traço do meu destino?
Ou sou apenas mais um sussurro
ecoando no vácuo divino?
Faço parte desse jogo celeste,
sou peça num tabuleiro imenso,
navegando em rota incerta
no pano azul do universo tenso.
A anos-luz da Via Láctea,
sou poeira, centelha, acaso puro —
mas quem sabe, em outro tempo,
serei Sirius... no futuro.
— Daniel André (com toque estelar e uma constelação de dúvidas)