Aspiro, com todo o desejo,
que sejamos dois arquitetos,
traçando juntos um plano singelo:
do sonho... ao esboço concreto.
Nos teus olhos mora a ternura,
um hino suave ao recomeço.
Seremos história desenhada a dois,
em cada beijo, um novo endereço.
Na feira, no filme, na mesa posta,
nos gestos que o cotidiano revela,
há poesia no arroz com feijão,
há um poema fervendo na panela.
O amor será nossa fundação.
Haverá cansaço, talvez incerteza,
mas se houver luz e paz entre nós,
tudo se refaz... com delicadeza.
Dos tijolos da paciência e cuidado
ao concreto firme da confiança,
ergueremos um muro de flores,
e no anelar... nossa aliança.
Nosso castelo não terá torres nem guardas,
mas será forte em cor e calor.
Te agradeço com beijo e sorriso —
somos engenheiros do próprio amor.
Sonhos de criança ganham chão:
cachorros correndo no quintal,
sapatos perdidos pela casa,
e risos ocupando o espaço total.
No jardim já floresce a esperança:
frutas, aroma e céu de acalanto.
Nessa terra plantamos raízes —
um lar... sem risco de desmoronamento.
— Dan André