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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

27 de março de 2020

O Vírus


Um vírus silenciou os afetos,
coroado por um mundo em rendição.
A distância, antes incômoda,
tornou-se abrigo e condição.

Multiplica-se em segundos, implacável,
não distingue cor, idade ou fronteira.
quando o ar se torna inabitável.
a classe social vira poeira,

O isolamento é o antídoto possível,
o gesto mínimo pela vida essencial.
E na janela — ruas mudas, cor cinza —
minha alma espera por um sinal.

O corpo, agora campo de batalha,
convoca glóbulos, hemácias, vigilantes.
Mas bom senso e empatia — tão urgentes —
não se vendem em farmácias, nem nas estantes.

Fui posto em quarentena,
mas é a humanidade quem precisa acordar
que os dias de solitude tragam, enfim,
os olhos certos para recomeçar.

E quando o vírus for história passada,
e o planeta exalar resiliência...
abraçarei com a ternura mais sagrada:
a vida, a saúde, e a ciência.


Daniel André