Quem sou eu

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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

4 de agosto de 2020

Pronome possessivo













Atravessei uma tempestade de pétalas
para mergulhar nas correntezas violentas
que desenhavam o mapa caótico
do espectro das minhas emoções.

Não percebi de imediato —
estava eu, inteiro, dentro de ti.

Desejei que teu desejo tomasse o meu corpo
com a urgência de quem já o conhece de cor.
Porque nós... não somos dois.
Somos a embriaguez do mesmo cálice,
o transbordamento do que não se explica,
o fim do vazio com nome e sobrenome.

Eu ganho vida no instante exato
em que me olhas com teus olhos —
pintados à mão com os sonhos que sonhamos juntos.
Ali, moramos.

No silêncio, que embala nossas ansiedades,
meus dedos decoram teu rosto
como se fosse o mapa da nossa história
desenhado no relevo da tua pele.

Das tuas costas nascem plantas,
dos teus arrepios, constelações.
Nos teus sorrisos mora a luz
que só acende quando estamos em combustão.

Nossas almas não se entrelaçam —
elas se fundem.
Mistura homogênea, essência única,
nosso amor é fórmula secreta,
código binário, pacto cármico —
e meu.
Tão meu quanto sou teu.

Demorei a entender, mas hoje sei:
a intimidade do nosso tempo
exige mais que presença —
exige pertencimento.
E agora, amor, não somos nomes:
somos um no outro,
em todos os pronomes possessivos da língua e da vida.

Daniel André

1 de agosto de 2020

Luz Da Alma!



O sol tocou minh’alma em silêncio,
dissolvendo feridas ancestrais.
Células dançaram em pura alegria,
e o apego à dor… já não volta mais.

No equilíbrio sutil de corpo e mente,
semeio gratidão, colho plenitude.
Estrelas florescem no céu presente
e alegram meu peito com quietude.

Meus sentidos se alinham, serenos,
na busca pela essência mais inteira.
Uma força antiga, doce e secreta,
se expande em mim — plena e verdadeira.

Creio no amor, na sua luz condutora,
em deuses que sussurram meditação.
Visualizo um mundo em pura aurora:
bênçãos que guiam a transformação.

 
Daniel André