Quem levanta cedo e sua
Sem ter nome no jornal
É quem move esse Brasil
Com esforço colossal.
Mas a elite do atraso
Só enxerga o capital.
O gari limpa a cidade,
Tão herói quanto soldado,
Mas recebe em troca o quê?
Um salário rebaixado.
Enquanto o luxo desdenha,
Ele é sempre ignorado.
No shopping, tem trabalhador
Preso em dia promocional,
Nem domingo tem sossego,
Nem direito ao natal.
O descanso é só promessa
Num contrato desigual.
Garçom serve mesa rica
Com sorriso no olhar,
Mas por dentro vai calado
Com vontade de gritar.
Pois nem sempre o bom serviço
Faz alguém melhorar.
E a escala 6 por 1
Já virou prisão moderna.
“Um dia de descanso!”
Mas só na ponta da perna.
É promessa que se quebra
Quando o patrão já governa.
E lá no fundo da história
Ecoa a voz de um rapaz:
Chamado Karl Marx na lida,
Lutando por algo eficaz:
Que o trabalhador tenha
Liberdade, pão e paz.
Pois é quem trabalha duro
Que mantém a roda viva.
Não é banqueiro em gravata,
Nem promessa ilusiva.
É suor que move o mundo,
É a base mais ativa!
— Daniel André
Linda poesia e homenagem ao trabalhador invisível...Há os que só são notados se não fazem o serviço! abraços, chica
ResponderExcluirUm supermercado fez acordo com os empregados para abrir as portas hoje, e eles aceitaram o acordo, mas pensaram que ninguém iria às compras hoje, mas muita gente foi às compras, e o clima estava esquisito, não foi uma boa ideia. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirExcelente mensagem poética no primeiro de Maio.
ResponderExcluirAbraço, bfds
Olá, Daniel!
ResponderExcluirHoje, por aqui, foi respeitado 0 Dia. Nada abriu, mesmo tendo turista na cidade.
Em outra ordem de coisas, realmente quem pega no batente é o que merece todas as honra e não tem.
O filósofo tinha razão.
Que haja liberdade, paz, e pão a todos!
O sistema capitalista seja estudado com seriedade..
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz
* todas as honras
ExcluirOlá, André
ResponderExcluirTeu poema é bela homenagem para quem "move a roda da economia". Se formos comparar o trabalho da época da Revolução Industrial com hoje, avanços significativos foram possíveis em prol de quem trabalha. Sim, a elite econômica que só pensa no capital material e não no capital humano, é um atraso à sociedade. Todavia, não costumo colocar capitalistas e trabalhadores em rota eterna de colisão. Afinal de contas, são os empresários, os capitalistas, os empreendedores que também movem a economia oferecendo empregos e trabalho. Não vejo outro sistema econômico melhor para se gerar riqueza do que o capitalismo. Podemos criticar que a maior parte das riquezas vai se concentrar no topo da pirâmide, como acontece no Brasil, mas aí o problema é de distribuição, e nossos governos desde o período militar tem culpa nessa concentração de riqueza. Nos falta um projeto de país. Talvez o último presidente que tinha tido um projeto de país factível foi FHC. Depois tudo ficou no varejo. O bom e velho Marx tinha muito razão no que dizia mas a práxis que ele oferecia para resolver os problemas que apontava, criava outros problemas tão graves quanto. Concordo que a melhor política econômica para o trabalhador é uma economia forte, vibrante, que gere empregos ao mesmo tempo em que a educação para o trabalho seja mais eficaz, profissionalizando os trabalhadores para o mercado de trabalho. Foi basicamente essa fórmula que fez os chamados "Tigres Asiáticos" prosperarem e melhorarem a vida do trabalhador.
abraços
Eduzão, tua análise tá mais completa que relatório do FMI com rodapé do IBGE e nota de rodapé do Manifesto Comunista. E olha, é sempre um prazer quando o debate vem assim: sem gritaria, com nuance e cérebro ligado. Porque, convenhamos, colocar capitalistas e trabalhadores em rinhas eternas é tão produtivo quanto discutir futebol em reunião de condomínio.
ExcluirE outra, você tem razão: o capitalismo, com todos os seus espasmos e distorções, ainda é o sistema que mais gerou riqueza no mundo. O problema, como tu bem apontaste, não é a máquina, é quem pilota sem freio social ou volante ético. E sim, um projeto de país faria uma diferença absurda. Mas por aqui, o que temos é uma sucessão de improvisos orçamentários disfarçados de ideologia.
FHC, com todos os seus poréns, ao menos parecia jogar xadrez num tabuleiro que existia. Depois disso, virou jogo de dama em terreno baldio.
Marx? Gênio na denúncia, vacilante na receita. Um pouco como apontar que a casa tá pegando fogo... e depois sugerir que a gente derrube o prédio todo com a esperança de que ele se reconstrua sozinho.
No fim das contas, sim: capitalismo com freio moral, educação de verdade, profissionalização real e um governo que não esteja mais preocupado com a própria reeleição do que com o futuro — essa é a fórmula. Os Tigres Asiáticos rugiram com essa lógica. E nós? Por enquanto, miamos em cadeia nacional.
Abraços
"...nota de rodapé do Manifesto Comunista..." kkkkkk seus comentários são ótimos. Aliás, usei um dos seus comentários para escrever uma crônica que eu acho que você não chegou a ler.
ExcluirSe quiser conferir, foi esta: https://ascronicasdoedu.blogspot.com/2025/04/deixa-de-arte-menino.html#comment-form
Concordo com tudo que você falou. Imagina se nossos políticos de fato pensassem no futuro do país, na construção de uma economia mais vibrante e de uma educação de ponta pra todo mundo, pobres e ricos, em poucas décadas teríamos um país com menos pobres.
Fiquei sem saber se entrava na conversa de alto nível de vocês. Me perguntei se eu tinha altura, porém, sabendo de antemão que a minha não era suficiente, me recolhi. Contudo, os pingos nos iis foram colocados cirurgicamente por ambos e a certeza de que há muito (põe muito nisso) para mudarmos o rumo das coisas neste país. Enquanto os picaretas eleitos pelo povo brasileiro (sem educação política suficiente) ocuparem o Congresso não haverá mudança. E as desigualdades serão ainda objeto dos nossos protestos e discursos. Mas o seu poema para o Dia de Maio não deixa que percamos a esperança, é preciso denunciar sempre e de todas as formas.
ResponderExcluirUm grande abraço,
Ora, aprocheque-se que a conversa é boa. Onde há mente aberta, o papo flui legal, o problema é conversar com quem já se acha dono da verdade única possível como alguns dos espectros políticos extremos à direita ou à esquerda. Aliás, andei lendo seus textos e achei bacana.
ExcluirOlá, André, ainda não entendi essa homenagem ao
ResponderExcluirDia do Trabalho / Trabalhador! Em vez de a homenagem ser
por inteiro e sincera, onde está a homenagem do Estado ?
Esquisito isso, hoje passou, já nada se fala mais!
Trabalhador quer melhorias de vida, nada mais, e isso 'Eles' ficam devendo
ano pós ano..
Poesia linda, disse a que veio...
Um bom fim de semana.
Bjs
Eu sei e acredito no Brasil as coisas não são fáceis Mas acredita que neste momento Portugal não está muito melhor.
ResponderExcluirCom carinho,
Daniela Silva
Alma-leveblog.blogspot.com — Um cantinho cheio de sensibilidade, palavras sinceras e alma leve.
Fica o convite para me visitares, se sentires no coração.
Olá Andre,
ResponderExcluirPassando para uma visitinha e me deparo com esse grito poético em nome dos invisíveis. Aqueles que sustentam o dia-a-dia com o corpo cansado e a dignidade em silêncio. Nos lembra que o Brasil e o mundo não se ergue nas promessas das elites, mas no suor diário dos que acordam cedo, pegam dois ônibus, limpam, servem, vendem, cuidam e constroem. Cada estrofe escancara a desigualdade naturalizada, o contraste cruel entre o luxo indiferente e a realidade de quem mal tem direito ao descanso. Há dor e revolta nos versos, mas também há resistência. Há memória ecoando como luz e há denúncia: de contratos desiguais, de escalas desumanas, de uma sociedade que consome serviço, mas despreza o servidor. O poema é um tributo ao trabalhador real, aquele que raramente é nomeado nos jornais, mas sem o qual nenhuma cidade funcionaria.
Parabéns moço!
Bom dia:- Muita gente trabalha quase de forma invisível para quem é menos atento. É pena que assim seja.
ResponderExcluir.
“” Feliz Fim de Semana ““
.
Bom dia, Daniel
ResponderExcluirLindo poema, todos os trabalhadores deveriam ter um salário digno, pois todas as profissões são importantes como você bem colocou aqui. Obrigada pelos comentários no meu blog, gostei muito, desejo um ótimo final de semana, um forte abraço.
Excelente abordagem! É tão fácil nos esquecermos desses trabalhadores invisíveis que no fundo são os responsáveis por manter uma sociedade a funcionar!
ResponderExcluirBjxxx,
Pinterest | Instagram | Linkedin
Que boa decisão a minha, em ter vindo espreitar !
ResponderExcluirGostei muito deste poema sobre a dura verdade do que se passa no mundo do trabalho.
Que Maio lhe seja favorável e inspirador de poemas tão belos e certeiros como este.
Abraço.
Paz, Liberdade e Amor. Assim deve ser a sensação de conquista.
ResponderExcluirOs que (não) trabalham cumprem-se nos seus deveres.
Um Poema/grito, digno de nota 100.
Parabéns, Dan.
Abraço amigo,
SOL da Esteva
Olá, Daniel.
ResponderExcluirPreliminarmente, parabenizo-lhe pelo seu
maravilhoso blog. Quanto ao seu poema que,
aliás é dos mais belos e tocantes, você aborda
com muita precisão e acerto os serviços que
são prestados pelos trabalhadores "invisíveis",
com tanto empenho e abnegação em silentes
e incomensuráveis benefícios para a sociedade.
Show, amigo! A sua poética é das mais belas.
Meus efusivos parabéns e um grande e fraterno
abraço.
Bem versada realidade do trabalhador escanteado, explorado em nome do lucro a qualquer custo, a direita, extremado vilipendiar ainda mais.
ResponderExcluirObrigado por sua visita e gentil comentário lá no blog.
Um abraço. Tudo de bom.
APON NA ARTE DA VIDA 💗 Textos para sentir e pensar & Nossos Vídeos no Youtube.
Seu poema me fez lembrar os nossos ancestrais escravizados. Moveram o progresso do país e até hoje não são reconhecidos.
ResponderExcluirAgradeço a sua ilustre presença no experiencia, trazendo um olhar aprofundado ao meu post.
Abraço e uma semana em paz.
Uma homenagem aos que trabalham, aos que esgotam os braços de fadiga para que outros possam ter o que precisam na vida que escolheram. Tantas vezes ignorados, tantas vezes invisíveis, tantas vezes mal tratados. Um poema cheio de sensibilidade e amor pelos outros.
ResponderExcluirTudo de bom.
Um beijo.
Uma poética e profunda e sentida homenagem, a todos os que arduamente e tantas vezes anonimamente, contribuem com o seu esforço, para que os países e suas respetivas economias avancem.
ResponderExcluirObrigado pela sua visita e presença no meu cantinho. Também já estou aqui presente no seu blogue, embora com o perfil "Virginia Rodrigues" pois o perfil com que agora estou a comentar (Maria Rodrigues) já não me permite fazer novos seguidores pois atingi o limite máximo aceite pelo blogger 200 seguidores.
Abraços e bom fim de semana
Que seria da sociedade se não houvesse uma classe laboral?
ResponderExcluirBom fim de semana.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Dan meu querido amigo,
ResponderExcluirQue petardo esse teu poema, o trabalhador sempre será alguém invisível aos olhos dos empresários, dos patrões, de quem lucra horrores com o esforço brutal do empregado, sem contar o trabalho infantil e escravo que ainda insiste em continuar mesmo nos dias atuais. Enquanto essa disparidade existir viveremos nesse abismo social gigantesco e os trabalhadores vivendo suas vidas na extrema dificuldade dos seus salários de fome. Bato palmas ao seu poema verdadeiro e certeiro!
Um abraço!
Isso aí!!!
ResponderExcluirBelo poema em homenagem àqueles que dão seu suor e até a vida para esse Brasil andar.
Muito bom mesmo.
Abraços Dan André.