Na sala, o povo suspira e devora,
mistério em tela, tensão no ar,
a trama ardente, a dúvida aflora,
Odete tombou, quem vai revelar?
corações presos, o tempo parou,
o Brasil inteiro ali se juntou,
entre a cerveja e o sofá da mamãe,
o passado sorri e o presente também.
as ruas vazias, o grito contido,
um “eu já sabia!” meio fingido,
e na reprise, o afeto renasce,
entre vilãs, memórias e classe.
saudade viva, cena certeira,
de rir, sofrer, na noite inteira,
pois toda alma, entre amor e trama,
quer descobrir: quem matou a dama?
Por Daniel André.
Tive que ressucitar essa postagem,
pois umas duas semanas atrás, vivi uma cena digna de novela! Eu e minha
maezinha, tranquilos no banco da praça, saboreando uma pamonha das boas, quando
surge um repórter da EPTV me perguntando: “Quem matou Odete Roitman?”
O
carioca noveleiro aqui quase engasgou de surpresa! Coincidência ou destino?
Justo dias depois de eu postar uma poesia sobre o poder das novelas na nossa
cultura, e como elas ditam moda, comportamento e até nossas conversas de praça.
A vida imita a arte... e às vezes, com gosto de pamonha.