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8 de abril de 2023

A estante


o todo, o instante
é arquivado na grande
estante das saudades
na memória liquida
constante e transparente
do que já vivemos.
 
é um mar de amor que afoga
a lembrança de um sabor
que se paralisa no cheiro 
de um simbólico perfume,

a dor é coberta, mas
as janelas ficam abertas
para o vento assoprar
o que machuca e
também acalma.
 
o ponteiro do relógio, sou eu:
que arquiva as saudades
como um oito deitado.

são tantos tatos,
todos os sentidos misturados
perdidos e encontrados
mas todos na estante
num mísero e fugaz
instante.
  
Daniel André

7 comentários:

  1. Olá Daniel
    Maravilhada absorve com prazer cada uma das minúcias do seu espetacular poema
    Parabéns por essa riqueza poética

    Que nesta Páscoa você possa sentir a presença de Deus em cada momento e renovar sua fé e esperança.
    Uma feliz e abençoada páscoa

    Um abraço

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  2. Boa tarde de domingo, uma boa Páscoa e bom início de semana meu querido amigo Daniel.

    Luiz Gomes

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  3. Um amante de relógios como eu.
    É um poeta infinitamente melhor que eu.
    Abraço, boa semana

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  4. Arquivar as saudades, alheio ou atento ao tempo que passa. Um belíssimo poema.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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  5. "... sou eu
    que arquiva as saudades".

    Boa noite, Daniel!
    Um poema reflexivo, somos mistérios todos.
    Tenha dias pascais abençoados!
    Abraços fraternos

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  6. Meu querido amigo Dan, que bom vê-lo de volta ao blog!

    Que belo poema eu vejo aqui, acho que os nossos poemas se complementam, na gaveta guardamos lembranças que ficam esquecidas e na estante momentos que não queremos esquecer nunca como a foto de um ente querido que se foi. A nossa vida é recheada de estantes e gavetas, de saudades e acontecimentos que marcam a nossa trajetória e nos fazem aprender, crescer e nos tornarmos mais fortes. Siga postando meu amigo porque você é um grande poeta.

    Abraços!

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  7. Só pela fotografia se conseguem materializar os instantes... pela saudade ou pela memória, sempre se perdem algumas características de cada momento, com o passar do tempo... o tempo... esse bandido, que sempre nos escapa por mais que o agarremos... como o notável poema e a icónica imagem, tão bem o souberam definir... num todo perfeito!
    Bom tê-lo de volta por aqui, Dan! Um grande abraço!
    Ana

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.