Na sala
abraços famintos explodem no sofá,
palavras são facas,
mordem o ar.
Libido: granada acesa.
Respiramos pólvora e saliva.
No quarto,
a chuva nos espiona
cada gota é testemunha,
cada trovão, uma confissão.
A lua, cínica, finge pudor,
mas anota tudo no diário da noite.
No box,
o vapor é revolução.
Arranhões, grafites da carne.
O espelho grita sem boca.
A água nos batiza com lascívia,
e o sol nasce, ofegante,
entre colinas incendiadas.
Na cozinha,
o amor ferve junto ao café.
Bebemos desejo em goles longos,
enquanto o dia, covarde,
recusa o fim.
Amar-te é sublevar-me
um corpo contra o tédio,
um beijo contra o mundo.
Daniel André - 02Março2013
Legal. Bom saber que está bem.
ResponderExcluirAbç!
Que poema mais lindo caro amigo! Majestoso...
ResponderExcluirUm sonho, posso dizer...
Este é pra enlouquecer e acender o fogo da paixão.
ResponderExcluirComo é bom viver um sentimento assim, em toda sua totalidade.
Beijo
um poema encantador! Parabéns poeta!
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