Acho que vivi nos anos 70.
Ou talvez eles me vivam até hoje.
O som das calças soava como um sino
e eu me movia, livre,
entre cores que pareciam acreditar em mim.
Não era rebeldia.
Era um modo de existir sem pedir desculpa.
O mundo pesava
havia censura, medo, mas também uma febre boa
de ser inteiro mesmo com rachaduras.
Hoje tudo corre rápido demais.
Até a liberdade vem plastificada.
Mas às vezes, quando o vinil arranha
e o chiado respira como um velho mantra,
sinto que continuo lá
num tempo que ainda dança dentro de mim.
Daniel André - 06Março2013
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