Cortam-se afetos como se fossem fios
e o frio é o que sobra no gesto.
O amor, em ruínas discretas,
finge que dorme, mas vigia.
O toque se tornou suspeito,
a ternura, coisa antiga.
Cada peito é um cofre trancado
com a chave perdida em si mesmo.
Eu, que ainda sangro lembranças,
tento limpar a ferida com versos.
Mas a poesia não estanca nada
só descreve o que escapa.
Os sonhos mofam nos cantos,
pedem resgate em voz baixa.
Mas o mundo tem pressa,
e o coração, medo.
Ah, se ao menos amar doesse menos,
ou doesse certo
eu faria transfusões de afeto
em quem ainda respira sombra.
Porque o amor, em mim, insiste.
E mesmo gasto,
ainda quer salvar o inútil:
a ternura, o humano, o erro.
Daniel André 03Janeiro2012
Feliz 2012 !
Eu tbm kero, eu tbm kero...
ResponderExcluirDan
Querido Gagus III
ResponderExcluirQue vc continue vendo poesia no dia a dia, para deixar nossas vidas mais floridas.
Do seu coração saem lindas palavras que traduzem o homem q é.
Parabéns.
Bjos da tia Bia
Nossa....você me surpreende cada dia que passa.Perfeito irmão.Parabéns!!!
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