Janeiro de 2012
Amanhece, devagar.
O café ainda tenta ser esperança.
Ele abre o caderno
não sabe se escreve ou se descreve.
Cheira o papel,
cheira o futuro,
como quem duvida que o futuro tenha cheiro.
Rabisca: “ter mais fé, menos pressa.”
E logo apaga.
As metas são pequenas demais
para o tamanho do cansaço.
O amor está quieto,
feito operário sem sindicato.
Trabalha calado,
batendo ponto no peito.
Lá fora o mundo vende promessas,
baratas, com juros.
Ele fecha o diário,
sorri como quem entende tarde.
Se o ano acabar,
que acabe manso
como quem desiste,
mas em paz.
Daniel André - 03Janeiro2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.