A ti, luminosa, com aura de santidade,
caminhas entre os homens como céu à vista,
sem saber que teu passo acende e conquista
o chão que arde sob tua febre e vaidade.
Tens nos olhos a calma e doce claridade,
e no corpo um sussurro de heresia mista;
poros em prece, clamando à carne subida
a profana entrega que pede verdade.
Quero ser o suor que escorre das tuas costas,
a mordida nos lábios, o nome que não dizes,
a pausa entre o suspiro e o abandono.
Se por isso for excomungado do teu templo,
aceito a condena: ser tua queda, e o alento
de um instante em que, só uma vez, me chois.
Daniel André 03Jan12

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