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23 de junho de 2024

Ainda é Madrugada

 


Ainda é madrugada.
Dois corpos de ébano —
robustos, inteiros —
caminham ao sabor do vento.
Pés que sambam no asfalto quente,
em ritual com as sombras
e a lua cheia... ardente.

Viajantes do tempo suspenso,
onde o real toca o sonho,
e o sonho se torna concreto,
como as fugidias lembranças
que ainda sussurram no peito.

Seus olhos:
mapa de uma África não esquecida,
cheios de histórias,
de uma diáspora que ainda pulsa.
— Herdeiros de deuses,
e de rainhas caladas no tempo.

E de madrugada,
dois homens negros
se recusam a ser apenas poesia escrita.
Eles andam.
Eles são.
Na rua —
uma revolução sem grito,
apenas o som da ousadia
em silêncio.

(A fumaça sobe...)

 
Daniel André

3 comentários:

  1. Caro amigo Dan,
    Duas figuras históricas que lutaram por direitos aos negros, pela paz e por um mundo melhor. Eles deixaram um legado de igualdade, de que todos podemos sonhar e que nós seres humanos independente da cor ou raça somos todos iguais!
    Mais um belo poema, só posso aplaudir de pé!
    Um abraço!

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  2. Olá, Daniel, belo e sensível poema que aborda o que há de mais sagrado, a igualdade! E por onde anda?
    Fui lendo teu poema, olhava para a foto e pensava... que mundo louco! Belíssimo, só verdades. Comove.
    Uma boa semana,
    Abraços!

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.