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9 de março de 2013

Semente da paz

                                                                                                                                                Van Gogh

Plantei uma semente
num chão cansado, esquecido —
onde a ganância arrancou as raízes
e o silêncio engoliu o grito.

Rezei com as mãos na terra,
como quem confia mais na seiva
do que nas promessas dos homens.
A esperança brotou devagar,
com o tempo e contra ele.

Primeiro, vieram as folhas,
verdes como sonho antigo.
Depois, a flor:
símbolo de um futuro possível,
mesmo num campo minado de ódio.

Choveu justiça
e o sol trouxe coragem.
A árvore ergueu-se serena —
não como monumento,
mas como resposta.

Agora, seus galhos acolhem
quem já foi excluído,
seus frutos alimentam
quem a fome calou,
e suas raízes conversam
com os que lutam por um chão mais justo.

Não foi milagre.
Foi fé em ação.
Foi política da natureza
e espiritualidade que resiste.

Porque a paz que sonhamos
não cai do céu.
Ela é plantada.
E regada.
Com suor.
Com consciência.
E com amor teimoso.


Daniel André

2 comentários:

  1. e assim segue a humanidade.jogamos boas sementes e passam e cortam qdo brotam; mas dá tempo antes da destruição, colher aquelas que foi cuidada por Deus.

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    1. Isso ae amiga. Vc conseguiu captar exatamente oque eu consegui dizer. Devemos jogar boas sementes nos corações de pedra, afim de nascer coisas boas, positivas e produtivas. Grande abraço do seu fã gago !

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.