Minhas pálpebras — âncoras de silêncio —
sou mergulhador de galáxias,
entre tempo, verbo e espaço,
navego a mente do Criador em transe.
A realidade escapa por entre os dedos,
e na fantasia vou repousar,
voando em abismos abissais,
com a alma no fundo do mar.
Numa gota onírica e sagrada,
teço pactos entre serpentes,
caio em poços que não têm chão,
ou habito os sonhos de outras gentes.
No sal de um lago sem nome,
um olho se abre na escuridão.
Universos espremem seu pus:
a podridão da desigual condição.
Mas o amor me beija a testa,
e corro nos campos elísios.
Com meus mortos e Dionísio,
brindo à memória que resta.
A origem dos sentimentos — mistério.
Ilusão, ou parto de luz e razão?
Quem gerou esse embrião de vida
que pulsa em toda alucinação?
A visão que tive neste pensamento foi de um idoso que ja não tem mais forças pra viver e o final ficou esplêndido, que uniu o inicio da vida com o inicio de certos sentimentos! Muito boa... Parabéns
ResponderExcluirValeu mesmo, muito obrigado !
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