Teus sentidos
tatuaram-se em mim
com o ferro incandescente das lembranças.
Cheiros, gostos, toques,
os sussurros que trocamos,
as digitais da tua alma —
brotam em mim
toda vez que abro o álbum antigo
onde a memória ainda respira
com a delicadeza de quem nunca partiu por completo.
Pensei, por um tempo,
que essas caligrafias de luz
tinham morrido como as estrelas:
lá no céu, ainda brilham,
mas seu fogo — já se foi.
Ilusão minha.
Um grande amor não morre
do dia pra noite.
Ele apenas adormece —
nos silêncios das páginas,
nos espaços em branco entre as frases,
nas pausas de um pensamento distraído.
E então desperta.
Às vezes num cheiro,
numa música esquecida,
ou no sorriso involuntário
que surge diante de um novo retrato.
Porque amar, no fim,
é isso:
guardar eternidades
em fragmentos.
- Daniel André
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Olá!Boa noite,André...
ResponderExcluirmuito belo e sei como é triste isso...
..."a melhor coisa sobre uma fotografia, é que ela não muda mesmo quando as pessoas mudam. Andy Warhol"...e o pior é que os sentimentos mudam e parecem que estão tatuados em cada registro fotográfico...
agtadeço pelo carinho,obrigado, bela semana,abraços!