A noite ruiu no telhado,
como um velho medo cansado.
Agora o chão respira.
Entre as poças, o céu se refaz
um azul tímido,
ensaiando perdão.
As árvores enxugam os ombros,
os passarinhos voltam
como se nada fosse.
E eu, no meio disso,
penso que a vida é isso mesmo:
um pouco de lama,
um pouco de luz.
Daniel André - 17deDezembro2011
Um poema de rara delicadeza. A metáfora da natureza como espelho da alma humana é magistral. Daniel André constrói versos que respiram esperança, mesmo em meio à lama — um equilíbrio poético e existencial.
ResponderExcluir