Cruzei as pernas como quem cruza caminhos.
Sorvi o cálice, e nele uma lágrima se dissolveu.
A vida, às vezes, tem gosto de ferro
um sangue leve que escapa da alma.
Já fui jovem de amores fáceis,
fósforo aceso ao menor toque.
Aprendi o calor, mas nunca a permanência.
De cada paixão ficou o cisco e o espelho,
nada que curasse o vazio de existir.
Hoje caminho entre ruínas,
catando restos do que fui.
Aprendi que o tempo é um animal paciente,
e que o coração, tolo e heroico
insiste em recomeçar.
Ergo pequenas janelas na dor,
deixo que o vento entre,
mesmo quando traz lembranças.
É preciso perder, para sentir o que fica.
Sou metade oração, metade ironia.
Já acreditei no amor como quem crê em milagres,
e ainda creio, embora rindo de mim.
A poesia é meu abrigo provisório,
meu copo meio cheio de drama.
E se o mundo me pede razão,
respondo com o coração:
ainda dói, mas pulsa e isso basta.
Daniel André - 26Janeiro2012

Perfeito!Amo vc...
ResponderExcluirai q fofo.. parece a historia da minha meu gago.. rs
ResponderExcluirQue linda Dan!Sou leito ra assídua de suas poesias,gosto muito.Um grande abraço...
ResponderExcluirEva
Obrigada Daniel,você é demais!!
ResponderExcluirO seu comentário,o seu carinho,enfim tudo que escreveu é muito lindo!
Volte sempre amigo,beijinhos.