Minha alma
escorre mansa
como rio que se esqueceu da pressa.
escorre mansa
como rio que se esqueceu da pressa.
Canta um pássaro,
e o tempo se deita sobre as pedras,
escutando.
As cachoeiras murmuram segredos
em línguas líquidas,
que só o silêncio compreende.
Chove.
E cada gota cai
como se soubesse exatamente onde pertencer.
O petricor sobe do chão
como incenso da terra,
perfume da memória vegetal do mundo.
Entre pedrinhas e espelhos d’água,
sou leve.
Sou líquida.
Sou quase vento —
mas com raízes.
E na ciranda de folhas no céu,
descubro que a paz
que tem som de riacho
e cheiro de depois da chuva.
Daniel André
Muito bonito o poeta, esse trecho "As cachoeiras murmuram segredos
ResponderExcluirem línguas líquidas,
que só o silêncio compreende." principalmente me encantou. www.verdeveggie.blogspot.com
Olá, Daniel!
ResponderExcluir"Minha alma
escorre mansa
como rio que se esqueceu da pressa."
Já começa um poema do jeito que me lê.
Todas as imagens de linguagem empregadas são de uma beleza imensa.
"Sou quase vento -
mas com raízes."
Importante termos nosso próprio solo.
O coração é erra fértil.
O depois da chuva é muito saboroso ao olfato.
Tenha uma nova semana abençoada!
Abaços fraternos
Com o cheiro de grama molhada, da horta agradecida, com a terra por secar, o seu poema deveria ser declamado por aqui, com a chuva que caiu dia inteiro, belíssimo. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirPungente.
ResponderExcluirAbraço, boa semana
Olá Daniel!
ResponderExcluirGostei do teu poema. Transmite uma sensação de calma e ligação com a natureza. Fantástico! 😉
Abraços! 🤗
Quando em Paz, encontramos a Voz na beleza da natureza...
ResponderExcluirBeijos e abraços
Marta
A chuva descrita por quem sabe amar tudo o que a natureza nos oferece. Por isso sua alma escorre mansa como rio que esqueceu a pressa, Tão belo!
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
A chuva junto com a terra alimentarão o mundo... e os poetas.
ResponderExcluirApreciei o seu poema.
Um abraço.
De uma profundidade sem tamanho. Adorei a poesia.
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
O local é edílico.
ResponderExcluirE devia ser exportado para os locais onde não há paz.
O poema é excelente, gostei muito.
Boa semana.
Um abraço.
Uau Daniel, que lindo. Quanta sensibilidade, delicadeza nos detalhes. Me senti um rio de água translúcida fluindo. Que paz que senti. Obrigada
ResponderExcluirOlá, André, gostei muito deste seu inspirado poema,
ResponderExcluirparabéns!
Votos de uma ótima semana e uma Feliz Páscoa.
Grande abraço daqui do Sul do Brasil.
Olá, como vai? Mais um poema maravilhoso! Me lembrei de quando ficava na janela olhando a chuva com minha avó, o cheiro de terra molhada, a corrida das gotas na janela. Me fez muito bem essa leitura!
ResponderExcluirFina Literatura
Gostei destes versos, cheios de inspiração e reflexão. Te parabenizo e quero dizer que você escreve muito bem.
ResponderExcluirArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Eis um amante da Natureza cujos meandros não tem segredos e cada segredo quando apercebido , é tratado com o carinho de um achado único . A sua poesia é o retrato vivo de um painel , de uma beleza mansa como a sua alma !
ResponderExcluirUm beijo !
"como um rio que se esqueceu da pressa"
ResponderExcluirSim, nesse curso me demoro só olhando o leito das águas que derramam as horas pelas bordas e se deleitam. Me deito como quem escorre por entre as cores da manhã as tuas horas sem preguiça, onde o que atiça é o odor do petricor, tão cientificamente poético e breve, tal como poeira no meu olhar. Teu jeito é um decifrar, mata ciliar procurando as frestas, brechas que o sol impõe.
Continuo e me demoro nos teus versos em tempos de cheia. Me permeia tua lírica, como quem derrama as estações.
Coração agradece sua visita em meu chão. Aqui, vou me demorar um pouco mais.
Samara.