Nas asas de um peixe dourado,
o amor sobe leve.
A lua é um pão quente
e derrete corações em silêncio.
Relógios sussurram areias,
borboletas riscam ideias no ar.
Beijos caem como estrelas,
e dos troncos velhos nascem abraços,
raízes que procuram raízes.
O amor, esse tempo que pinga
não se apressa:
desliza por fendas invisíveis,
onde a realidade se dobra mansa.
No peito, uma tela branca pulsa:
recebe cores raras,
delírios doces
que a paixão revela.
Daniel André

