Nas asas de um peixe dourado,
o amor flutua, leve, encantado.
Enquanto o luar de manteiga
derrete corações em aquarela,
relógios de areia borbulham compassos
onde borboletas dançam com ideias belas.
Beijos caem — chuva de estrelas,
todas coloridas, todas brilhantes.
Abraços nascem em troncos antigos,
raízes que se entrelaçam no silêncio das almas,
no jardim da mente onde os sonhos, amantes,
florescem em gestos, eternos e mágicos.
O amor, ah, o amor... é um relógio que goteja,
mas ali o tempo não tem pressa,
desliza entre as fendas das dimensões,
em um mundo sem amarras nem promessas.
A realidade se curva, suave e torta,
e o coração, tela em branco que pulsa,
acolhe pinceladas raras —
cores do delírio que a paixão exalta.
Daniel André