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16 de agosto de 2025

Tentamos










 






Amar não é receita,
é corpo em busca de abrigo,
às vezes espelho de carências,
às vezes abismo de diferenças.
Cada encontro é uma resposta
quem nem sabemos a pergunta.

Há quem precise de silêncio,
há quem clame por gestos ruidosos;
um oferece constância,
outro, vertigem.
E no meio da troca,
o tempo decide a duração do laço.

As necessidades nem sempre coincidem:
um pede ternura lenta,
outro, fogo imediato.
E ambos têm razão,
pois o coração não entende de regras,
apenas de pulsares distintos.

Quando se encaixam,
é milagre breve,
um intervalo de eternidade.
Não dura porque deve,
dura porque pode
e isso já é bastante.

Amar não se cobra,
nem se mede em esforço ou dívida.
Ele é gratuito,
se oferece nu,
ou se retira em silêncio,
quando perde sentido.

E ao fim da história,
sem vencedores nem culpados,
apenas dois seres
que se encontraram no tempo certo.
Nada faltou, nada sobrou:
tentamos.

— Daniel André

10 comentários:

  1. Amor não tem receita mesmo. Linda poesia e importa o tempo que foi bom enquanto houve a tentativa!
    abraços praianos, chica

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  2. Sempre seguindo você!
    E agora lembro que no nosso blog HUMOR EM TEXTOS, fizemos o esforço possivel para caracterizar aqueles que esqueceram quem trocou-lhes as fraldas na tenra idade.
    Reconheço que o tema não tem lá os melhores odores.
    Confira e um abração carioca.

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  3. Boa noite de domingo, amigo André!
    Que lindo poema!
    Uma expressividade sábia do relacionamento a dois seja em que nível for.
    Quando é o bastante está ótimo.
    O pior é quando é interrompido sem um adeus, sem tempo para despedida alguma.
    Dói muito e não se pode dizer de consciência reta que cada um deu seu tudo...
    Um poema emocionante de um protagonista que soube viver a relação de modo inteiro.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos fraternos

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    Respostas
    1. Hoje, venho lhe trazer um convite especial para que confraternize conosco :
      https://www.idade-espiritual.com.br/2025/08/mascaras-sociais-16-anos-do-blog.html
      Será um prazer ter sua participação enriquecendo nosso grupo.
      Tenha uma sexta abençoada!
      Abraços fraternos de paz

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  4. Nem receita nem lugar.
    Sou testemunha viva.

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  5. "coração não entende de regras ... apenas de pulsares"
    Amor é respiro, presença e cumplicidade e me lembra aquela música
    _ ' é sentar e conversar ' ..
    Bonito poema ,Tentamos, Tentaremos ... enquanto o desejo fluir.
    Beijinhos ,Dan

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  6. Olá, Daniel.

    De fato, amor não tem receita.
    Amor é meio como carro sem freio. As carências são diversas. Mas o amor sempre dá um jeito de se adequar quando o amar vale à pena.

    Bravo.

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  7. Daniel, você sabe muito bem definir o verdadeiro amor, aquele que é somente doação, sem cobranças e o mais importante: nenhuma forma de dor advinda da relação!
    Uma poesia belíssima, retrato de um amor único, sem amarras ou costuras, pois o importante é tentar e se não der, deixar para trás como uma linda e terna lembrança...
    Maravilhosa semana amigo!

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  8. Caro amigo Dan,
    Realmente não existe "A fórmula do amor" como diz na canção, ele simplesmente acontece sem a gente perceber, é algo mais forte que nós e não temos controle sobre isso. Seu poema é certeiro como sempre e toca no fundo da alma.
    Um abraço meu amigo!

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  9. Daniel,

    Este poema é daqueles que parecem respirar por conta própria. Há nele uma lucidez terna, quase desarmada, ao falar do amor sem fórmulas prontas, sem o peso das exigências. Gostei especialmente da ideia do encontro como resposta a uma pergunta que nem sabemos formular porque é exatamente assim que o amor chega: misterioso, fora do controle, mas profundamente humano.
    A delicadeza com que você trata as diferenças silêncio e ruído, constância e vertigem, ternura e fogo mostra que amar é mais sobre reconhecer o outro do que sobre ajustar-se a um molde impossível. E quando você diz que “nada faltou, nada sobrou: tentamos”, há um alívio poético, uma aceitação bonita do que a vida permite viver. É um poema honesto, simples e profundo, desses que deixam um grito depois da leitura. E deixou.

    Abraço
    Fernanda

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.