Foram-se
os discos,
as agulhas girando,
o chiado da memória,
silêncio nas prateleiras.
Foram-se
as máquinas,
os dedos batendo,
o som de ferro e tinta,
um eco sem retorno.
Foram-se
as cartas,
o perfume no papel,
as esperas longas,
a caligrafia lenta.
Na
esquina, a livraria,
E a última banca de jornal, cansada
guardando o fim,
os últimos olhos de papel.
as agulhas girando,
o chiado da memória,
silêncio nas prateleiras.
os dedos batendo,
o som de ferro e tinta,
um eco sem retorno.
o perfume no papel,
as esperas longas,
a caligrafia lenta.
E a última banca de jornal, cansada
guardando o fim,
os últimos olhos de papel.
—
Daniel André
Este post é como um suspiro nostálgico — lembra os discos a girar, cartas perfumadas, jornais já esquecidos — e aquela banca de jornal quase solitária à espera de histórias antigas para contar.
ResponderExcluirCom amor,
Daniela Silva 🦋
alma-leveblog.blogspot.com — espero pela tua visita no meu blog
Daniel,
ResponderExcluirEste poema tem o peso suave da saudade. Ele guarda na cadência dos versos aquilo que se perdeu sem alarde: os discos, as cartas, o chiado que era quase música, os gestos que hoje já parecem rituais de um outro tempo. O que mais me tocou foi essa imagem final da livraria e da banca de jornal, como sentinelas cansadas, sustentando ainda os últimos olhos de papel. Há nele uma ternura melancólica, um luto discreto pelas coisas que nos formaram e que vão partindo em silêncio. É um poema que nos faz parar e ouvir o que já não se ouve mais. E sabe? É muito triste deixar toda essa riqueza se perder.
Um abraço
Fernanda!
André, esse teu olhar sobre o que "ficou pra trás" provoca nostalgia. Lembro de como digitei tanto à máquina. Aquele tec tec tec era coisa de louco, mas ninguém se importava...rs Quando chegaram os computadores e podia-se digitar um texto com um mínimo de barulho foi que vimos como as velhas máquinas de escrever eram barulhentas. Delas eu não sinto saudades. Das cartas e dos vinis, tenho saudades. Apesar que os vinis ainda hoje possuem um público fiel. E até as bancas de jornais estão de fato, mais escassas. tiro por mim que leio agora revistas e jornais somente em formato digital.
ResponderExcluirFoi um tempo que passou. De algumas coisas, tenho nostalgia e saudade, de outras, só nostalgia mas sem saudades..rs
Valeu, poeta, abraços.
Triste isso,cada vez menos elas existem... Linda poesia! abraços praianos, chica
ResponderExcluirOlá amigo Daniel
ResponderExcluirUma bela reflexão sobre o tempo que avança e deixa para trás não apenas objetos, mas pedaços da nossa história.
A escrita do seu poema traduz a melancolia e o fim de uma era de forma tão sensível que quase podemos sentir a ausência dos sons e cheiros descritos.
Um carinhoso abraço
Olá, amigo Dan!
ResponderExcluirSublime seu poema, retratando uma dura realidade de alguns que não conseguiram se adaptar a modernidade e tanto já se doou as diversas tarefas e missões que estão extintas.
Você abordou com sensibilidade bonita.
Gostei muito da empatia poética.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos de paz
FAZ PARTE DA VIDA ESSAS
ResponderExcluirMUDANÇAS, VAMOS NOS
ACOSTUMANDO, ATÉ PORQUE
NÃO TEM JEITO.
ABRAÇO
CHAPESAMMA
Durante duas séries iniciais escolares, era-nos exigido que fosse comprado aos domingos um jornal que continha um assim chamado "caderno infantil" dentro do grande jornal.
ResponderExcluirLogo cedo íamos à banca, pois, sendo domingo o jornal acabava logo.
Te ler foi um retorno no tempo, na época em que levávamos felizes nosso jornal infantil na segunda-feira!
Bancas hoje vendem de tudo; jornal? Está escrito "para pets ou para reforma e pintura".
Abraço Dan!
Memórias que guardo religiosamente.
ResponderExcluirAbraço, boa semana
Uma bonita memória! Obrigada por esta palavras que me fizeram viajar no tempo!
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Bjxxx,
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Olá, André!
ResponderExcluirSeus versos são um deleite. O que você escreveu nesta poesia faz parte do acervo de memórias que guardo para sempre em meu coração. Muito digitei naquele teclado "pesado" da máquina. Muitos jornais comprei nas bancas, mas há um bom tempo que não as vejo mais. Aqui perto de casa havia uma... sumiu!
Novos tempos, novos rumos.
Abraços, Marli
Belas palavras!
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está em Hiatus de inverno entre 04 de agosto à 08 de setembro, mas comentaremos nos blogs amigos. Mesmo em Hiatus, o JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Beautiful blog
ResponderExcluirQuando a gente faz uma postagem com o coração
ResponderExcluirnão tem como não ficar belo! Maravilhoso!
Guardei essas imagens na memória afetiva, que pena...
Uma feliz sexta feira!
Abraços daqui do sul!