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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

17 de agosto de 2015

Doce Amor


É doce.
Caminhamos sob a lua,
com estrelas nos aplaudindo em silêncio.
A noite respira.

É doce.
Nós dois, girando devagar,
corações em compasso,
uma canção só nossa.

É doce.
Mãos que prometem,
olhos que falam sem voz,
um romance que dança na luz da alma.

É doce.
Amar-te:
flutuar no silêncio,
onde até o vazio se aquece.

É doce.
Tudo o que somos.
Mesmo calados.
Amor feito de açúcar e poesia.


Daniel André.

14 de agosto de 2015

Minha Alma Quer Pedalar


Minha alma, sedenta por trilhas novas,
quer pedalar sem pressa, sem rota certa.
E vai ...
Rumo àquela árvore torta e serena,
perdida nas pestanas das montanhas,
onde o vento escreve curvas no ar
e as gaivotas se embriagam
no brilho do sol que pisca despedidas.

Sinto a seda do vento, perfumado,
trazendo no sopro
flores pequenas, joaninhas vermelhas,
beijos leves que tocam
meu rosto sorridente.

O verde, vivo, vasto, vibrante
me saúda com braços de folhas,
com abraços de vereda,
com ternura de mata que acolhe.

Minha alma sobe na árvore frutuosa,
brinca entre galhos como criança antiga,
escorrega no musgo risonho,
deita na relva fresca,
e sacia a fome de paixão
com frutinhas vermelhas
que lembram amor maduro
e esperança que ainda brota.


Daniel André

13 de agosto de 2015

Romantismo na Serra


Cortina de névoa na manhã,
chuva fina beijando a terra.
Árvores orvalhadas no campo,
um silêncio doce...
o romantismo da serra.

Aroma de café recém-passado
permeia o inverno sereno.
Abraços longos,
soprados de leve
pela brisa —
a galerna do ameno.

O céu se tinge de rosa antigo,
a lenha estala na lareira,
e na varanda tímida,
florescem cerejeiras.

Cisnes deslizam, enamorados,
passarinhos cantam devagar...
e o frio — ah, o frio! —
chega só pra nos encantar.


Daniel André

10 de agosto de 2015

Cadarços

Mais um dia se estende no peito,
amarro os cadarços, devagar,
cabeça baixa, alma em espelho,
pensamentos altos a tropeçar.

Pontuo a vida em interrogações,
vírgulas soltas, reticências vãs,
as exclamações gritam caladas,
como perguntas que não têm manhãs.

Nos nós que o tempo me deu,
amarro o mundo que me cabe 
laços de um velho passarinheiro,
presas sutis que a memória sabe.

E enquanto luto com o cadarço,
desato outros nós: os da mente.
Em cada passo dado no espaço,
uma dúvida me empurra em frente.

Mais um dia e amarro os cadarços
como quem firma um pacto com o chão,
carrego nos pés essa rotina bendita
e um fio de esperança na mão.

Daniel André