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24 de maio de 2012

O Zigoto e o Coliseu

Na urgência copulativa de dois gametas,
colidem genes ásperos, espartanos.
Eis que nasce um zigoto emocional,
perdido na vastidão de um ser humano.

Não se culpem os genitores:
não há manual para o dissonante.
Deu-se um corpo em carne e ossos,
mas a mente, habitava outros instantes.

Na aurora pubescente da consciência,
surgiu o abismo entre pai e filho,
uma mãe, devota e desordenada,
e a vida seguia um trilho sem trilho.

Torna-se um grande pequeno homem,
um fantoche visto por lunetas alheias.
Silencioso no centro do coliseu,
vestido em cores de belas ideias.

As borboletas dançam mas ele, parado,
sabe que beleza não o liberta.
Carrega um passado embutido no peito
como quem esconde uma porta aberta.

Daniel André 

4 comentários:

  1. Marcas da vida nos fazem o que somos ou nos transformam naquilo que acreditamos ser melhor.
    Uma linda narrativa, pareceu-me bem real em forma de habilidosos versos.

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  2. Parabéns autor... excelente reflexão!

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.