Na urgência copulativa de dois gametas,
colidem genes ásperos, espartanos.
Eis que nasce um zigoto emocional,
perdido na vastidão de um ser humano.
Não se culpem os genitores:
não há manual para o dissonante.
Deu-se um corpo em carne e ossos,
mas a mente, habitava outros instantes.
Na aurora pubescente da consciência,
surgiu o abismo entre pai e filho,
uma mãe, devota e desordenada,
e a vida seguia um trilho sem trilho.
um fantoche visto por lunetas alheias.
Silencioso no centro do coliseu,
vestido em cores de belas ideias.
As borboletas dançam mas ele, parado,
sabe que beleza não o liberta.
Carrega um passado embutido no peito
como quem esconde uma porta aberta.
— Daniel André

Marcas da vida nos fazem o que somos ou nos transformam naquilo que acreditamos ser melhor.
ResponderExcluirUma linda narrativa, pareceu-me bem real em forma de habilidosos versos.
Lindos versos! Parabéns!
ResponderExcluirAbraços!
mto bom !!!
ResponderExcluirParabéns autor... excelente reflexão!
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