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Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

25 de maio de 2012

O Rito da Carne


Mais um leão tombou!
Entro em casa,
desfaço o nó da gravata,
a rotina escorre no suor.
Minha mente
Já está na geladeira.
Cerveja aberta, cueca no sofá,
respiro o caos
com gosto de vitória.

Príapo sorri.
E você surge,
desabrochando o desejo
que repousa nos pelos escuros
da minha barba.
Eu aviso:
estou nu
mas é a alma que despe primeiro.

Você, em silêncio,
se curva em devoção lasciva,
o corpo em alerta
às chamas que acendemos.
Brinco nos contornos da tua pele,
faço da tua anatomia
meu jardim insano,
parque de diversão do prazer.

Não há dogmas,
nem véus sagrados.
Aqui, o amor se dignifica
na fúria da carne.
Somos o banquete,
o rito e a oferenda.

Teus olhos me devoram lentos,
sacerdotisa e fera em um só gesto.
E eu, rendido, confesso o pecado
com a boca no altar do teu corpo.
Cada suspiro é uma oração,
cada toque, um evangelho profano.

Depois, o silêncio.
O corpo adormece exausto,
mas a alma, ainda acesa,
dança na penumbra do quarto.
E no suor que seca no lençol,
descanso 
devoto da tua vertigem.

Daniel André

Um comentário:

  1. Não poderia terminar meu tour pelo seu blog com melhor poema. É visceral .O desejo na verdade é uma fome que temos do outro. Numa espécie de canibalismo.
    Ficarei sem conectar o G+ e meu blog por cerca de trinta dias. Não quero mas devo fazer isso.
    Ter seus comentários continua sendo importante.
    Já notei que as pessoas comentam, de modo geral, por ser amigas daquela/a que posta ou por educação: respondendo (muitas vezes )friamente ao comentário.
    Bem somos diferentes. Sou curiosa e gosto de comentar o que sinto.

    Até breve Meu Poeta, beijão estalaaaaaduu na sua testa!

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.