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24 de fevereiro de 2012

Serpente em Pele de Gente

Tua presença enjoa o ar,
desliza feito serpente fria.
O veneno que cuspido sai
envenena até quem só queria paz no dia.

Ergue castelos de maldade,
regozija-se com a queda do irmão.
Duvida da luz, da bondade,
transborda fel em cada intenção.

Atrás do caos, tu rasteja,
perturbada pela felicidade alheia.
Se nutre da malícia crua,
cravando a língua como uma ceia.

Tuas palavras são de chumbo,
nada têm da tal verdade.
Poderíamos viver em harmonia,
mas tua essência é só brutalidade.

O que resta? Um suspiro de pena,
um desejo sincero: que encontres paz.
Pois a vida, silenciosamente,
te abandona — e nem olha pra trás.

Só Deus, na sua paciência infinita,
pode tocar teu coração de ferro.
Porque aqui, entre nós mortais,
já não há prece que eu não encerro.

Daniel André (versão tapa de luva lírica com luva de espinhos)

3 comentários:

  1. Boa noite, Daniel. Agradeço por estar seguindo o meu espaço e pelo seu gentil comentário.
    O Samuel é ótimo poeta, sonetista e amigo.
    Recebermos uma homenagem dele, sem dúvida, é uma honra.
    Acredito que viu alguns poemas meus e leu, agradeço do mesmo modo.
    Não estou na ordem da postagem para comentar, mas eu sou assim, comento por onde acho que devo.
    Fiquei muito feliz com a sua presença, espero vê-lo sempre por lá.
    Quanto ao poema, maravilhoso, tenho alguns assim, acredito que o poeta, escritor, não precisa se limitar ao "belo", existem várias possibilidades, que enchem o nosso coração de reflexão!
    Como existem pessoas que sintonizam com as serpentes, quando deveriam sintonizar com os pássaros, tão livres em sua essência e mal algum fazem ao homem.
    Eu sou uma pessoa muito sincera, acredito que em tudo devemos ser, mas concordo com você, que não precisamos ser pessoas grosseiras, para falar o que queremos.
    Essa pessoa citada no poema é totalmente infeliz, alma extremamente coberta de sentimentos ruins, presos, cheios de fel.
    Se ela não mudar, certamente carregará consigo a desgraça, além de a provocar em seu meio.
    Precisamos evoluir enquanto humanos.
    Parabéns pelo seu espaço.
    Beijos na alma e excelente semana de paz!

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  2. Meu caro Daniel ... belíssimo poema e uma reflexão também ! Verdade é que devemos aprender com isto. Matar a serpente às vezes é um erro pois do próprio veneno fazemos soro contra o mesmo e para outros venenos ! O teu soro são versos cada vez mais belos meu amigo ! Abraços

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.