Na
festa do cosmo, eles dançavam.
Deuses de todos os nomes, riam.
Ganesha beijou Maria na testa.
O vinho era luz.
O mistério: quem criou tudo?
Afrodite suspirou por Jesus.
E ele, tímido, corou.
Buda acenou para Oxóssi.
Os dois sorriram, em silêncio.
A música era eterna.
Yemanjá dançava com Poseidon.
Águas se abraçavam no chão.
Xangô brindou com Thor.
O trovão respondeu em eco.
O mar batia palmas.
Ísis trocou perfumes com Krishna.
O amor tinha mil braços.
Odin piscou para Oxum.
Rá brilhava nas janelas.
A noite era dia.
Maria riu de Dionísio.
Ele servia uvas, beijos, delírios.
Ganesha tocava tambor.
Eros atirava setas.
Até Hades esqueceu da morte.
No fim, silêncio.
Todos olharam o céu.
Quem criou o mundo?
Ninguém respondeu.
Todos se beijaram de novo.
Daniel
André
Boa noite de domingo, Daniel!
ResponderExcluirSabe porque tudo seria possível?
Sim, sei que sabe pois já nos deu a reposta poética:
"O amor tinha mil braços."
O amor criou o mundo, bem sabemos...
E ele pode conservar a fraternidade entre TODOS, eu creio.
Excelente poema!
Tenha uma nova semana abençoada!
Abraços fraternos
Infelizmente no nosso mundo, os diferentes deuses, as diferentes religioes, tardam em entender-se.
ResponderExcluirBoa semana
Os deuses rindo dos humanos.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Bela poesia que traz várias divindades diferentes e não tão ligadas entre si.
ResponderExcluirBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Olá, Daniel!
ResponderExcluirSeu poema é maravilhoso e está envolto numa das mais doces utopias. Tocada pelos mil braços do amor, imagino que bom seria fazermos uma grande festa na terra, e em meio aos abraços e sorrisos, dançarmos juntos a sinfonia da paz.
Bjsss, Marli
Linda poesia.
ResponderExcluirArthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com
Olá amigo,
ResponderExcluirDepois de tanto tempo.
Adorei seu belo poema
Beijos
Lua Singular
Boa noite Daniel,
ResponderExcluirQue beleza de texto!
Um banquete poético, onde os deuses se encontram não para disputar poder, mas para partilhar festa, riso, vinho e silêncio. Gostei especialmente da leveza com que você coloca cada divindade em cumplicidade com a outra, como se todos fossem apenas expressões diferentes do mesmo mistério que nos envolve. No final, a grande pergunta ecoa, sem resposta e talvez justamente aí esteja a revelação: não importa quem criou, mas o fato de que estamos todos dentro dessa dança. Um texto luminoso, cheio de imaginação e transcendência.
Abraço
Fernanda
Linda e profunda sua poesia!
ResponderExcluirBeijos!
Como a Marli colocou no comentário dela, " doces utopias " poderia ser o título dessa maravilhosa poesia. O amor é tão simples, a fraternidade, o respeito... mas quão distantes estamos desse belo ecumenismo.
ResponderExcluirVou ficar com essa doçura de mil braços!
Beijo