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7 de setembro de 2025

Sexo dos deuses

 












Na festa do cosmo, eles dançavam.
Deuses de todos os nomes, riam.
Ganesha beijou Maria na testa.
O vinho era luz.
O mistério: quem criou tudo?

Afrodite suspirou por Jesus.
E ele, tímido, corou.
Buda acenou para Oxóssi.
Os dois sorriram, em silêncio.
A música era eterna.

Yemanjá dançava com Poseidon.
Águas se abraçavam no chão.
Xangô brindou com Thor.
O trovão respondeu em eco.
O mar batia palmas.

Ísis trocou perfumes com Krishna.
O amor tinha mil braços.
Odin piscou para Oxum.
Rá brilhava nas janelas.
A noite era dia.

Maria riu de Dionísio.
Ele servia uvas, beijos, delírios.
Ganesha tocava tambor.
Eros atirava setas.
Até Hades esqueceu da morte.

No fim, silêncio.
Todos olharam o céu.
Quem criou o mundo?
Ninguém respondeu.
Todos se beijaram de novo.

 

Daniel André


10 comentários:

  1. Boa noite de domingo, Daniel!
    Sabe porque tudo seria possível?
    Sim, sei que sabe pois já nos deu a reposta poética:
    "O amor tinha mil braços."
    O amor criou o mundo, bem sabemos...
    E ele pode conservar a fraternidade entre TODOS, eu creio.
    Excelente poema!
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Abraços fraternos

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  2. Infelizmente no nosso mundo, os diferentes deuses, as diferentes religioes, tardam em entender-se.
    Boa semana

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  3. Os deuses rindo dos humanos.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  4. Bela poesia que traz várias divindades diferentes e não tão ligadas entre si.

    Boa semana!

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    Até mais, Emerson Garcia

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  5. Olá, Daniel!
    Seu poema é maravilhoso e está envolto numa das mais doces utopias. Tocada pelos mil braços do amor, imagino que bom seria fazermos uma grande festa na terra, e em meio aos abraços e sorrisos, dançarmos juntos a sinfonia da paz.
    Bjsss, Marli

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  6. Linda poesia.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  7. Olá amigo,
    Depois de tanto tempo.
    Adorei seu belo poema
    Beijos
    Lua Singular

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  8. Boa noite Daniel,

    Que beleza de texto!
    Um banquete poético, onde os deuses se encontram não para disputar poder, mas para partilhar festa, riso, vinho e silêncio. Gostei especialmente da leveza com que você coloca cada divindade em cumplicidade com a outra, como se todos fossem apenas expressões diferentes do mesmo mistério que nos envolve. No final, a grande pergunta ecoa, sem resposta e talvez justamente aí esteja a revelação: não importa quem criou, mas o fato de que estamos todos dentro dessa dança. Um texto luminoso, cheio de imaginação e transcendência.

    Abraço
    Fernanda

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  9. Como a Marli colocou no comentário dela, " doces utopias " poderia ser o título dessa maravilhosa poesia. O amor é tão simples, a fraternidade, o respeito... mas quão distantes estamos desse belo ecumenismo.
    Vou ficar com essa doçura de mil braços!
    Beijo

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.