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21 de setembro de 2025

Círculo de Névoas

 

No berço do tempo o fim se faz começo,
a infância dá à velhice a sua mão.
O riso do menino é tênue ingresso,
o velho ri sem ter mais explicação.

Ambos pedem colo, iguais no tropeço,
nas névoas do escuro buscam proteção.
Envelhecer é desenhar no ar o traço
que a infância rabiscou no coração.

O sopro do Alzheimer apaga o nome,
como vela apagada em aniversário,
e no velório igual, a luz consome.

Mas resta uma centelha em breve relicário:
nascer e morrer se tocam — doce fome,
círculo eterno, destino necessário.

 

Por Daniel André

18 comentários:

  1. Boa tardinha de domingo, amigo Daniel!
    "Ambos pedem colo, iguais no tropeço,
    no medo do escuro buscam proteção."
    Que versos sensíveis!
    Um poema que retrata a verdade do viver. Nascemos dependentes e caminhamos para o início do nosso viver.
    Tenha uma nova semana abençoada1
    Abraços fraternos

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  2. André, você construiu um poema onde os polos infância-velhice se tocam e se misturam de forma emocionante e bela, num círculo de vida-morte que faz parte da existência de tudo que existe.

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  3. Olá!
    A intensidade da tua escrita envolve como um véu de mistério, cada palavra conduz a uma atmosfera única e profunda.

    Com carinho,
    Daniela Silva ♡
    alma-leveblog.blogspot.com — espero pela tua visita no meu blog!

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  4. Sensibilizou-me este seu poema.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  5. A infância e a velhice: duas fases da vida, tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão parecidas, soberbamente descritas no teu magnífico texto.

    Beijinho e óptima semana, Dan.😘

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  6. This is hauntingly beautiful. 🌹 The imagery of memory fading like a candle, yet leaving behind a sacred spark, really captures both the sorrow and the fragile grace of existence. It feels like a gentle reminder that even in loss, there’s a tender continuity of life and love.
    nanajee.com
    For flights and hotel search

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  7. Impressionante tua inspiração e a poesia tocou em dois polos da vida. ADOREI! Parabéns! abraços praianos, chica

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  8. Olá Daniel!
    Descreveu a verdade!
    É o que precisamos todos ter para alcançarmos o sucesso.
    Sucesso de nos emocionar.
    Beijos
    Lua Singular

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  9. DANIEL ANDRÉ,
    E no meu blog "Humor em textos e outros textos sem nenhum humor" levo para Brasília a lenda do boto cor-de-rosa, das regiões ribeirinhas da Amazônia e tento explicar as verdades de uma lenda com a canalhice mentirosa dos políticos que por lá povoam!
    Um abração carioca.

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  10. Daniel como fiquei feliz com sua visita!
    Você é demais!!
    Abraços
    Lua Singular

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  11. Olá André!
    Espero não perdê-lo mais!
    Abraço
    Lua Singular

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  12. Olá Dan!!
    Adorei sua visita.
    Além de ser muito bom no que escreve também encanta!!
    Fiquei feliz com sua visita!
    Um abraço
    Lua Singular

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  13. É a vida meu caro amigo. Seu poema retrata a mais pura realidade. Abraço

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  14. Olá vim lá da Chica, conhecer o seu espaço,
    e ela está aqui, k.
    A realidade do poema partilhada de uma forma bela.
    Continuação de uma boa semana.

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  15. Belas palavras.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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  16. Caro amigo Dan,
    Dizem que quando envelhecemos nos tornamos novamente crianças e isso de certa forma é verdade. Na juventude tantos planos e no final da vida só queremos descansar os nossos corpos cansados de tantos anos de batalha. Seu poema é sensível, verdadeiro e uma viagem entre a nossa infância e a velhice.
    Um abraço amigo!

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  17. Olá Dan
    Chego a conclusão que a vida é uma eterna despedida...
    nos despedimos da barriga da mãe, depois da infância, adolescência, juventude e por ai vai... Despedimo-nos de ciclos, de estações, de pessoas e um dia ate mesmo da velhice.
    E aqui me despeço deixando flores da primavera que iniciou um pouco tímida, mas intensa.
    Beijos meu querido. ☺

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  18. Olá, Dan!
    Muito bonito e significativo o seu poema.
    Realmente, a velhice e a infância são os dois extremos da vida: o início e o fim. Gostei particularmente dos dois versos onde você diz que "envelhecer é desenhar no ar o traço que a infância rabiscou no coração". Um trabalho belíssimo com as palavras.
    Bjsss, Marli

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Agradeço a sua visita e comentário. Abraços, Dan.