No ventre da terra germina a semente,
um suspiro verde rompe a escuridão.
Ali começa o ciclo paciente,
um fio de vida, pura expansão.
O inseto dança no pólen dourado,
o voo frágil que move destinos.
Cada batida, um elo traçado,
no tear secreto dos caminhos divinos.
A fera que ruge na noite silente,
sangue que pulsa, instinto que guia.
Na luta bruta, no caos inclemente,
há um sopro oculto de sabedoria.
O homem ereto, olhando o infinito,
cria perguntas, ergue o pensar.
Na chama inquieta do seu espírito,
o fogo é mais do que só queimar.
Das ondas marinhas ao canto da ave,
tudo é centelha da mesma canção.
Rios e astros, em marcha suave,
tecem o pulso da evolução.
E no universo, que nunca descansa,
explode a energia em flor estelar.
Tudo que vive, sonha e avança,
é o cosmos tentando se lembrar
— Daniel André