Brinde ao Amor!

O acalento que preciso
talvez esteja guardado
numa garrafa de vinho.
Bem-vindo, amor —
sente-se comigo.

Encontre em mim
essa ausência que silencia o peito,
e permita que, na troca,
sejamos nós —
meu e seu,
como se o destino escrevesse
num rótulo antigo:
“vocês deviam se encontrar.”

Deixa-me sonhar
que adormeço ao teu lado,
que respiro teu ar
como quem descobre
um novo fado.

E se por ventura,
minha boca tocar a tua —
o tempo para.
E eu… não fujo.
Eu fico.

Os cenários que trazes
são molduras de paz.
Amar, afinal,
é energia rara:
limpa, cura,
e devolve alegria
onde antes doía.

Então, um brinde —
por nós,
por esse encontro,
por essa taça
que nunca se esvazia.

Tim-tim.

 
Daniel André