Sonho que somos dois construtores do tempo,
erguendo no ar o que não se mede.
Entre o gesto e o silêncio, o alicerce:
a vontade de permanecer.
Teus olhos - janelas abertas no impossível
revelam o espaço que não cabe em planta.
O amor, esse arquiteto distraído,
desenha curvas onde só havia vazio.
O lar não é feito de paredes,
mas de instantes que respiram juntos.
Há rachaduras, sim, e nelas, a luz.
No fim, tudo é argila e incerteza,
mas o toque transforma a matéria,
e o coração aprende o ofício de morar.
Dan André 2014