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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

27 de agosto de 2013

Prece mínima


Os anjos que não vejo
guardem quem amo.
Que a saudade se acomode,
sem doer demais.

Peço pouco:
que volte inteiro.
Que a luz do riso, mesmo distante 
me baste pra dormir.

Entre o silêncio e o sonho,
lapido um amor que não se diz.
E se um dia ele vier,
que a estrada saiba o caminho.


Daniel André  -  27Agosto2013

24 de agosto de 2013

Ao som de Roberto Carlos

  
Cresci admirando as canções do rei
E delas fui me tornando um romântico
Um onírico solitário que ouve
A poesia exaltada em cânticos!

Nos almoços de final de semana
A vitrola registrava os “Momentos tão bonitos”
Eu viajava “Além do horizonte”,
E meu pai num “Amor antigo”.

No quintal eu era “o astronauta”
Mamãe se preparava para um dia de rotina”
No “portão” da noite papai chegava
Quando não parava num “papo de esquina”

Eram “detalhes” graciosos e pequenos
Que recordar “outra vez” dói no coração
Nessa poesia eu “desabafo” 
A minha necessidade de atenção.

Por causa dos “meus amores da televisão”,
queria uma paixão “cama e mesa” para me completar
Uma “proposta” de “doce loucura que me convidasse
A ver como as ondas voltam para o mar”.

Enquanto o meu coração não aparece
Fico viajando na “paz do seu sorriso”
Na “montanha” eu redijo poemas utópicos
Para um amor entrar sem aviso.

Já brinquei de A guerra dos meninos”
Nadei com as “baleias” e fui um “negro gato”
Hoje eu desejo é um “amor sem limite”
Que ouça comigo o rei Roberto Carlos.

Daniel André. 
24Agosto2013

12 de agosto de 2013

Sede em Silêncio


A garganta seca 
teu nome é areia.

Da ausência, nasce febre:
um desejo em silêncio,
crescendo pela pele.

Venha.
Sacia essa sede antiga.

Quero teu gosto breve,
teu corpo em combustão.

Depois, o vapor.
Depois, o nada.
E no nada,
de novo, o começo.


Daniel André 
12Agosto2013

8 de agosto de 2013

Dois velhinhos


No inverno da vida,
eles ainda acordam cedo.
Não por costume 
mas para ver o dia nascer,
como quem confirma que o mundo continua.

Dois corpos frágeis,
duas sombras longas
na varanda do tempo.
O amor, agora, é silêncio com cheiro de café.

As rugas não pesam
são lembranças que ficaram na pele
porque não cabiam mais no peito.

Eles se tocam com cuidado,
como se o outro fosse feito de memória.
E talvez seja.

Entre uma canção antiga e o chiado da chaleira,
sabem: a eternidade cabe em uma manhã compartilhada.

Quando o sol se dissolve na cortina,
eles adormecem
não como quem parte,
mas como quem enfim descansa
do milagre de permanecer.


Daniel André - 08Agosto13