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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Vou mostrando como sou, e vou sendo como posso. Insta: @danielrprj

23 de março de 2012

Serra Fluminense























A serra acorda em véus de calmaria,
a névoa borda o rosto das colinas.
Os pinheiros oram melancolia
de um verde antigo em preces tão divinas.

O rio murmura histórias sem vaidade,
carrega o tempo em suas margens mansas.
E o vento, sábio, ensina à saudade
a dançar leve nas folhas das lembranças.

Em Friburgo, o silêncio tem perfume,
o sol se atrasa só pra ver a serra,
e o chão respira um verso que se assume.

Entre o azul da distância e a terra,
descubro o amor nas coisas sem nome 
no musgo, na pedra, no ar que me espera.


Daniel André -  23Fev12

16 de março de 2012

Talismã da fé


Um ramo de guiné, sorte à procura,
banho de sal, pra o mal se desmanchar.
Rosário e mantra, fé que se mistura,
nas guias firmes dos que sabem amar.

Ferradura e trevo em doçura pura,
pétalas dançam pra Yansã girar.
Incensos cantam, e a luz perdura,
no vento bom que vem me despertar.

Sou crença em muitas formas de ternura,
sincretismo que o peito quer guardar:
se há amor, toda reza é ventura.

E no altar que é teu olhar no ar,
meu coração, em fé e loucura,
faz de ti meu talismã no luar.


Daniel André - 16Março12

Coração errante











se virem nuvens vermelhas
não temam 
é só o meu coração
em fuga.

cansou das promessas,
das mãos que pesam.

anda pelo mundo
procurando abrigo
no gesto sincero
de quem escuta.

se o encontrarem,
falem baixo.
um abraço basta.

ele busca um chão florido,
um amor sem grades,
um lar de sonhos simples.

cuidem dele.
é frágil,
mas ainda pulsa.


Daniel André 16Março12